A cor na fotografia

Assisti a um vídeo sobre Saul Leiter, e mergulhei no mundo das cores de uma forma que nunca antes havia explorado. A história dele, de um homem que via cores que não existiam, ressoa em mim de uma maneira profunda. Me faz questionar a minha própria percepção do mundo e, principalmente, da fotografia.
Ele enxergava as cores como sensações, e não como simples objetos. O vermelho não era apenas a cor de um guarda-chuva, era o calor, a paixão, a urgência. O azul não era o tom da melancolia, era o frio, a saudade. O amarelo não era apenas a cor do sol, era a alegria gritando. O verde não era a cor da esperança, era a cor da vida, sussurrando aos nossos ouvidos.
Isso me faz pensar na força da cor na composição. Como a cor pode guiar o nosso olhar, nos fazer sentir, nos fazer conectar com o mundo de uma forma mais profunda. A cor pode ser a protagonista, e não apenas a coadjuvante.
Ele fotografava através de janelas sujas, reflexos, sombras coloridas. Tudo o que os fotógrafos considerados “sérios” evitavam. E o que ele conseguiu foi a beleza da realidade. Ele não tentou capturar a realidade crua, ele a interpretou. Ele a sentiu, e a expressou em suas fotografias.
A história de Saul Leiter me inspira a olhar para o mundo com novos olhos, a enxergar as cores com mais profundidade, a sentir a força da cor na fotografia. E, acima de tudo, me inspira a ser fiel à minha própria visão de mundo. Porque no final das contas, a fotografia é sobre o que sentimos, e não sobre o que vemos.

Compartilhe este artigo:

Artigos relacionados